De acordo com o famoso matemático Blaise Pascal (1632–1662), seria mais sensato “apostar” que Deus existe do que acreditar que Ele não existe. Ateus refutam qualquer argumento sobre sua existência baseados na ideia de que é impossível prová-la e agnósticos ficam em cima do muro dizendo que, “se não há como provar, também não há como não provar”.
Excluindo-se todas as outras ideias fantasiosas que procuram provar a existência de Deus, a razão oferece, indubitavelmente, o caminho seguro para pacificar essa questão. Muitos filósofos já nos presentearam com suas reflexões e hoje o deísmo sintetiza todos esses conceitos em dois pilares fundamentais: a ordem universal e o propósito.
Entropia é a tendência natural das substâncias de permanecer em desordem, por isso você pode ver um vidro se estilhaçar, mas nunca verá o vidro estilhaçado se juntar até se tornar um único objeto sólido. Por causa dessa lei natural, temos a impressão de que todo o universo é um caos e que tudo tende a desordem. Entretanto, observando mais atentamente, encontramos condições únicas e estáveis para que tudo exista como é. A ciência chama estas condições de “Constantes Universais Fundamentais”.
Uma constante, como o próprio nome sugere, é um valor que não se altera independentemente de onde se encontra, no espaço ou no tempo. Graças a essas constantes, tudo existe como é e se mantém existindo indefinidamente. Se fosse possível qualquer alteração no valor dessas constantes fundamentais, por menor que fossem, seria suficiente para que tudo deixasse de existir em nosso universo. A velocidade da luz, a carga do elétron, a constante gravitacional, as forças que mantem o núcleo do átomo unido, e muitos outros valores são únicos e também são responsáveis para que tudo exista como é. As constantes universais não surgiram aleatoriamente ou progressivamente durante o processo de expansão do universo. Elas existem necessariamente desde o início e continuarão a existir indefinidamente.
No aparente caos do universo, existe uma ordem, desde o princípio, estabelecida pelas constantes fundamentais e que faz tudo existir e se manter existindo como é. Essa ordem não se desenvolveu, porque de outra forma, em um estágio anterior de seu desenvolvimento, tudo teria deixado de existir. Também não pode ter sido criada aleatoriamente porque é a única ordem possível para que tudo exista.
Descartes disse: “penso, logo existo” e Voltaire concluiu: “se existo, existo necessariamente ou recebo meu ser de outro, que existe necessariamente”. Portanto, é absolutamente verdadeiro que existimos e nossa existência está interligada com a existência do universo. Tudo que existe pode ser identificado no tempo e no espaço.
No espaço, compartilhamos nossa existência com tudo o que nos cerca e somos, ao mesmo tempo, simbionte e hospedeiro. Coexistimos, afetamos e somos afetados pelo todo. Essa interdependência faz tudo ser como é e nada seria como é se existisse sozinho ou isoladamente do todo. O todo está no princípio, no meio e no fim de todas as coisas. O todo, portanto, é razão de existir de tudo que há.
No tempo, podemos rastrear nossa existência até quando o que existe, existe por si só, ou, não deriva (se origina) de nada a não ser de si mesmo. O próprio tempo só faz sentido se estiver associado ao espaço, portanto, o todo também é razão de existir do tempo.
A vida, de todos os seres, desde o mais elementar até o mais complexo, parece ter um único propósito, adaptar-se e evoluir. Fato é que, até onde sabemos, somos seres únicos. Somos conscientes de nós mesmos e do universo em que vivemos. Nós raciocinamos. Como não conhecemos outros seres com a mesma capacidade, isso parece ser exclusivo. E por isso ser uma coisa boa, nos permitindo fazer coisas maravilhosas e também por estar na base de nosso processo evolutivo, consideramos isso um presente. Desconhecemos o motivo, o objetivo final por trás da necessidade de evoluir mas, parece ser necessário ao todo. Como se cada parte interdependente tivesse um propósito e estivesse programada para evoluir indefinidamente para alcançar um grau absoluto.
Então a consciência e a razão se expandem, progridem necessariamente e completam a razão de existir do todo.
Cada parte que compõe o todo está interligada por forças únicas, cujos valores são exatos e imutáveis para a existência de tudo e com o único propósito de evoluir, indefinidamente, alcançando o grau absoluto de consciência e razão. Esta é a causa de tudo.
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"Deus é demasiado perfeito para poder pensar noutra coisa senão em si próprio".
Aristóteles
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