A primeira vez que essa regra foi utilizada, data do período médio no Egito antigo, portanto entre 2040 e 1650 anos antes da era comum (AEC). É atribuída deusa Maat e aparece em uma história da seguinte forma:
“Faça ao fazedor para fazê-lo fazer.”
Depois disso, uma forma contrária foi encontrada em um papiro datado entre 664 e 323 anos AEC na forma:
"Aquilo que você odeia que seja feito a você, não faça a outro."
A regra de ouro tem sido utilizada, portanto, a milhares de anos e em muitos lugares, por civilizações diferentes. Em um antigo épico da Índia escrito em sânscrito, em um texto atribuído a Buda entre 623 e 543 anos AEC, pelo filósofo Tales na Grécia antiga entre 624 e 546 anos AEC, por Platão entre 420 e 347 anos AEC, por Isócrates entre 436 e 338 anos AEC, por Epicuro entre 341 e 270 anos AEC.
Muitas religiões absorveram essa regra e incorporam-na em seus textos sagrados. O Zoroastrismo que surgiu na Pérsia a 300 anos AEC inclui nos textos Pahlavi o ensinamento:
"Só a natureza é boa quando se abstém de fazer ao outro tudo o que não é bom para si mesma."
O Judaísmo também incorporou a regra de ouro na Torá em Levítico 19:18. O lider religioso judeu Hillel, quando desafiado a explicar a Torá para um gentiu disse:
“O que é odioso para você, não faça ao seu próximo: esta é toda a Torá; o resto é a explicação; vá e aprenda.”
No cristianismo, a regra de ouro foi amplamente utilizada por vários autores que compõem a Bíblia. Em Tobias 4:15, em Eclesiástico 31:15, em Mateus 7:12, em Lucas 6:31 e 10:25, e em Gálatas 5:14. São inúmeras versões do mesmo ensinamento de pelo menos 2000 anos antes de serem utilizados novamente.
No islamismo encontramos a regra de ouro também no Alcorão volume 2, livro 1, capítulo 66:10, e em muitos outros textos islâmicos. A regra de outro também está presente no Hinduísmo, no Jainísmo, no Sikhismo, no Confucionismo, no Taoísmo, no Moísmo, no movimento Wicca, na Cientologia, nas religiões de origem africana como Iorubá e Odinani.
Não é espantoso e muito intrigante, que um ensinamento tão antigo e tão verdadeiro, que está na base da filosofia moral e que está presente em praticamente todas as religiões do mundo, seja tão pouco conhecida e aplicada na vida cotidiana?
Uma única regra, um simples ensinamento, capaz de traduzir e orientar qualquer pessoa em direção a uma vida moral e próspera. Uma regra capaz de se sobrepor a qualquer outro ensinamento, como nos conta o rabino Hillel em seu comentário a Torá e como nos diz Jesus no seu sermão da montanha segundo e Lucas. Nada mais é necessário. Não há nada superior a isso. É só isso que você precisa fazer para tornar o mundo mais harmonioso e feliz.
Então por que as pessoas simplesmente não seguem a regra? Para que tantas histórias, tantos livros sagrados? Do que serve tudo isso se uma única regra é suficiente?
O deísta, guiado pela razão e pela lógica, elege a regra de ouro como a única e necessária para a sua conduta moral.
“A crença cega na autoridade é o maior inimigo da verdade.”
Albert Einstein
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