Não é tudo a mesma coisa e o significado atual pode ser bem diferente do que era na época em que essas palavras foram cunhadas.
Profano, por exemplo, deriva do latim profanus e significa “algo que não é sagrado” e define qualquer coisa ou pessoa que não está ligada a coisas sagradas. Toda pessoa que não era um sacerdote e não podia entrar no templo, era chamada de profano.
Essas palavras, embora tenham significados diferentes, têm algo em comum. Elas foram criadas para proteger, defender e guardar o “Sagrado”. Sem o sagrado, nenhuma dessas palavras faria sentido, portanto, entender o que é sagrado, ajuda a compreender e a desmistificar essas palavras.
Sagrar ou consagrar é o ato de dedicar, destinar ou oferecer algo a alguém. Você pode dizer que Pelé foi consagrado “o rei do futebol” ou que Michael Schumacher se sagrou “o maior campeão de F1”. Sagrado, portanto, é um atributo “dado” a alguém ou a alguma coisa, por outra pessoa ou grupo. Nada ou ninguém é sagrado por si só. Nada ou ninguém nasceu ou é originariamente sagrado.
Tudo o que é sagrado foi atribuído por alguém a alguma coisa.
Então, alguém atribui a alguma coisa a alcunha de sagrado para si, e a defende da opinião contrária de outros alegando ser profano, blasfemo ou herege.
Por esta lógica, qualquer pessoa pode consagrar qualquer coisa para si e defendê-la de outros alegando serem profanos, blasfemos ou hereges. Posso eleger meu automóvel como sagrado para mim, e qualquer pessoa que disser algo contra ele – ele é velho, faz barulho, polui o ar, a cor feia, etc., – estará correndo sério risco de ser chamado de profano, blasfemo ou herege e ter que enfrentar a minha fúria.
Não importa o que as outras pessoas acham do meu automóvel. Para mim, ele entrou na minha vida por um propósito, salvou a minha vida várias vezes, me dá conforto e segurança e eu devo cuidar dele para que ele continue me favorecendo. Meu automóvel é sagrado!
Faz sentido para mim? Sim.
Faz algum sentido para as outras pessoas? De jeito algum.
Portanto, a profanação, a blasfêmia e a heresia está somente na mente de quem defende o sagrado. De ninguém mais. Ninguém pode impor a você uma opinião que não é sua. Se você acredita que o meu automóvel é velho, faz barulho, polui o ar e a cor é feia, eu, repito, eu devo respeitar a sua opinião. Não o contrário.
Infelizmente, esse princípio moral não está claro para muitas pessoas e a inversão dessa lógica tem causado muitos conflitos ao longo de nossa história.
Liberte-se do medo que a ignorância causa.
“As regras não são necessariamente sagradas, os princípios sim.”
Franklin D. Roosevelt
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