Antes de tomar uma grande decisão em sua vida, como escolher uma profissão, se casar, ter filhos ou até comprar uma casa, um carro, etc., geralmente você inicia um processo de escolha que passa por uma série de pesquisas e comparações. Você procura ler a respeito sobre o assunto em mídias respeitadas, conversar com seus amigos e familiares em busca de referências e opiniões. Normalmente esse processo visa estabelecer bases seguras para a tomada de decisão visando diminuir o risco de prejuízo ou arrependimento no futuro. Afinal, é uma coisa importante e merece investir tempo e energia para garantir felicidade a longo prazo. Correto?
Então, quanto tempo e energia você investiu para escolher a sua religião?
Sua religião é uma coisa importante para você, não é? Ela provavelmente vai moldar o seu estilo de vida, determinar o seu grupo de amigos, definir o que festejar e até mesmo, o que comer ou não. Grande parte de seu tempo e talvez a sua vida toda será influenciada por essa decisão. Então é mais do que lógico que você invista muito tempo e esforço para escolher a sua religião.
Sim, só que não. Em 99% dos casos as pessoas não escolhem a sua religião. Alguém escolhe para elas, ou às vezes nem isso. Se você nasceu em uma família cristã você será cristão. Seus avôs são, seus pais são, seus tios e primos são. Porque você não seria? Todos parecem estar satisfeitos com a “escolha” que eles fizeram. Fizeram?
Às vezes, um ou outro dão uma escapulida para experimentar uma linha mais ou menos radical, uma visita ao terreiro ou a mesa branca, mas em geral, todas essas escapulidas compartilham de uma mesma raiz. Quando muito, você participa de uma outra religião em segredo ou em conjunto com a religião base na qual você foi inserido quando nasceu. E mesmo quando a guinada é radical, deixando para trás familiares e amigos desafetos e rancorosos, é provável que essa decisão não tenha sido tomada com o mesmo esmero com a qual você escolheu a marca e o modelo de sua nova TV.
Você leu e compreendeu todos os textos basilares dessa religião antes de se converter? Você pesquisou sobre a origem e a história dessa religião?
Embora as pessoas digam que sua religião é algo importante, a ponto de defendê-la com unhas e dentes e até criticar quem ameace questioná-la, elas não participaram de um processo de escolha. Uma religião é importante, mas não o suficiente para despertar em si a necessidade de questionar. As pessoas simplesmente seguem o fluxo.
Esse fenômeno social conhecido dos psicólogos é chamado de "Efeito Manada". O conceito faz referência ao comportamento de animais que se juntam para se proteger ou fugir de um predador. Aplicado aos seres humanos, refere-se à tendência das pessoas de seguirem um grande influenciador ou mesmo um determinado grupo, sem que a decisão passe, necessariamente, por uma reflexão individual.
Nosso DNA está carregado de informação animal e participar de um grupo representa conforto e segurança. É fácil verificar isso. Você sai para jantar fora em uma cidade desconhecida e passa na frente de dois restaurantes. Um está vazio e o outro tem três mesas ocupadas. Qual você escolhe para entrar? A absoluta maioria vai escolher o restaurante que tem outras pessoas, a não ser que tenham outros fatores envolvidos. A decisão parece lógica e racional, mas está contaminada com o sentimento animal de conforto e segurança.
Com a religião acontece a mesma coisa. As pessoas não a escolhem. Nem mesmo param para pensar sobre isso. São capazes de viver uma vida inteira sob a doutrina de uma determinada religião, apenas porque é confortável e seguro. Conforto e segurança são mais importantes do que ser racional e escolher, ou não, uma religião.
“Um grupo de cientistas colocou 5 macacos em uma gaiola e no meio da gaiola colocaram uma escada com bananas no topo.
A cada vez que um macaco subia a escada, os cientistas disparavam um jato de água fria nos demais macacos.
Depois de um tempo, cada vez que um macaco tentava subir a escada, os outros macacos batiam nele.
Com o passar do tempo, nenhum macaco ousava subir a escada apesar da tentação.
Os cientistas então decidiram substituir um dos macacos. A primeira coisa que esse novo macaco fez foi subir a escada. Imediatamente os outros macacos bateram nele.
Depois de alguns espancamentos, o novo macaco aprendeu a não subir a escada mesmo que não soubesse o porquê.
Um segundo macaco foi substituído e a mesma coisa aconteceu: apanhou. O primeiro macaco participou do espancamento do segundo macaco. Um terceiro macaco foi substituído e o mesmo se repetiu. O quarto foi substituído e o espancamento foi repetido e finalmente o quinto macaco foi substituído.
O que restou foi um grupo de 5 macacos que, mesmo sem nunca terem recebido um banho de água fria, continuaram a bater em qualquer macaco que tentasse subir a escada”.
Conclusão: Não imite o comportamento dos outros; pense antes de segui-los.
"O objetivo da bíblia é ensinar a obediência."
Baruch Spinoza
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